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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A verdade e a parábola...


Um dia, a Verdade decidiu visitar os homens, sem roupa e sem adornos, tão nua como seu próprio nome.

     E todos que a viam lhe viravam as costas de vergonha ou de medo, e ninguém lhe dava as boas-vindas.

     Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, criticada, rejeitada e desprezada.

     Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, trajando um belo vestido e muito elegante.

     — Verdade, por que você está tão abatida? — perguntou a Parábola.

     — Porque devo ser muito feia e antipática, já que os homens me evitam tanto! — respondeu a amargurada Parábola.

     — Que disparate! — Sorriu a Parábola. — Não é por isso que os homens evitam você. Tome. Vista algumas das minhas roupas e veja o que acontece. 

    Então, a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola, e, de repente, por toda parte onde passava era bem-vinda e festejada.

  “Os seres humanos não gostam de encarar a Verdade sem adornos. Eles preferem-na disfarçada.”


Patricia Rocha.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A verdadeira história dos cegos e o elefante...


Era uma vez seis cegos à beira de uma estrada. Um dia, lá do fundo de sua escuridão, eles ouviram um alvoroço e perguntaram o que era.
Era um elefante passando e a multidão tumultuada atrás dele. Os cegos não sabiam o que era um elefante e quiseram conhecê-lo.
Então o guia parou o animal e os cegos começaram a examiná-lo:
Apalparam, apalparam... Terminado o exame, os cegos começaram a conversar:
— Puxa! Que animal esquisito! Parece uma coluna coberta de pêlos!
— Você está doido? Coluna que nada! Elefante é um enorme abano, isto sim!
— Qual abano, colega! Você parece cego! Elefante é uma espada que quase me feriu!
— Nada de espada e nem de abano, nem de coluna. Elefante é uma corda, eu até puxei.
— De jeito nenhum! Elefante é uma enorme serpente que se enrola.
— Mas quanta invencionice! Então eu não vi bem? Elefante é uma grande montanha que se mexe.
E lá ficaram os seis cegos, à beira da estrada, discutindo partes do elefante. O tom da discussão foi crescendo, até que começaram a brigar, com tanta eficiência quanto quem não enxerga pode brigar, cada um querendo convencer os outros que sua percepção era a correta. Bem, um não participou da briga, porque estava imaginando se podiam registrar os direitos da descoberta e calculando quanto podia ganhar com aquilo.
A certa altura, um dos cegos levou uma pancada na cabeça, a lente dos seus óculos escuros se quebrou ferindo seu olho esquerdo e, por algum desses mistérios da vida, ele recuperou a visão daquele olho. E vendo, olhou, e olhando, viu o elefante, compreendendo imediatamente  tudo.
Dirigiu-se então aos outros para explicar que estavam errados, ele estava vendo e sabia como era o elefante. Buscou as melhores palavras que pudessem descrever o que vira, mas eles não acreditaram, e  acabaram unidos para debochar e rir dele.

Fábula da convivência...




Durante uma era glacial, muito remota, quando parte do globo terrestre estava coberta por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram indefesos, por não se adaptarem às condições do clima hostil. Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais.
Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro, e, todos juntos, bem unidos,agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos. Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito...
Mas, essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados. Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. ... Assim, suportaram-se, resistindo à longa era glacial.
Sobreviveram.

"É fácil trocar palavras, difícil é interpretar os silêncios!..."


  

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

No silêncio...


De minha mente
existe um lugar só meu.
Meu refúgio, onde busco minha paz.
Um lugar onde marco sempre
um reencontro.
O reencontro comigo mesmo.
Um momento para aquietar meus sentimentos,abandonar meus desejos,
silenciar minha mente
e estar diante de meu próprio ser.
Aqui posso criar, posso sentir amor,
posso envolver-me na alegria.
Aqui posso encontrar-me com a Criação,
pois tudo que está presente é puro,
amoroso, e belo.
Aqui chamo por Deus,
e compartilho de Sua presença.
Cresce minha paz, cresce meu amor
e desperta em mim a sabedoria
e a segurança.
É maravilhoso poder criar
dentro do meu ser
um berço.
Um berço no paraíso...

Patricia Rocha.

Lixo emocional...


Existe um lixo emocional.   Ele é produzido nas usinas de nosso pensamento, enquanto crescemos interiormente.   São emoções que passaram por nossa vida e nos ajudaram, mas que não têm mais utilidade.  São sentimentos que foram importantes no passado, não no presente. São recordações de dor que nos amadureceram e que agora não servem para nada.   Não podemos carregar este lixo. Ele foi feito para ser jogado fora.   E, no entanto, apegados aos nossos sentimentos antigos, ficamos com pena de deixá-los.    Enchemos nosso porão espiritual com uma quantidade imensa de memórias inúteis, que ofuscam as lembranças importantes.   Não procure sentir coisas que você não está sentindo mais.  Não procure ser como você era.   Você está mudando. Permita que seus sentimentos o acompanhem.

Patricia Rocha